Uma gaivota-de-patas-amarelas que viajou de camião até Oliveira de Frades já regressou a Matosinhos


No dia 23 de Abril de 2016 foi observada e fotografada por José Marques na praia de Matosinhos uma gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis) com uma anilha preta F636.


Esta ave tinha sido entregue no CERVAS a 4 de Novembro de 2015 pelo SEPNA/GNR de Viseu após ter sido encontrada dentro de um camião que tinha viajado desde o porto de Leixões até Oliveira de Frades, no distrito de Viseu.


No momento do ingresso a ave estava muito debilitada, com diarreia e incapaz de mover as asas e patas, um síndrome parésico que tem sido detectado com cada vez maior frequência ao longo da costa portuguesa.



O processo de recuperação foi longo e consistiu em terapia de suporte e alimentação forçada numa fase inicial, ao que se seguiu um período de treino, musculação e socialização com uma gaivota-d´asa-escura (Larus fuscus), que também foi devolvida à Natureza.


A libertação da gaivota-de-patas-amarelas foi realizada por vigilantes da Natureza da Reserva Natural do Paul da Arzila / Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) junto ao rio Mondego, em Coimbra, no dia 30 de Março de 2016.


Em cerca de 3 semanas, a ave já estava no local de onde tinha vindo, próximo do porto de Leixões, o que revela a grande capacidade de sobrevivência e de orientação desta espécie, tal como também tem sido possível comprovar através do projecto de seguimento de gaivotas recuperadas coordenado pelo RIAS desde 2010.


É ainda de referir que no dia 3 de Maio a gaivota foi novamente detectada na mesma zona, agora junto à Docapesca do Porto de Leixões.


Porto de Leixões, 3 de Maio de 2016. Foto: José Marques

O CERVAS agradece às inumeras pessoas envolvidas na história de recuperação desta gaivota, em especial ao José Marques pelo envio das fotografias e cedência das informações relativas à observação e também aos técnicos do RIAS pela coordenação do projecto de seguimento.

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